POEMA DE AMOR

Era pleno verão de um outubro quando o Rei lhe chamou.
Poema para um Amor tão lindo que esta no céu.
Há muito tempo estás encarcerado em tua solidão.
Hoje tenho uma missão para te libertar.

Junte-se ao brilho das estrelas e diga ao meu amor
Que estou ansioso para beijar-lhe o rosto e afagar seus cabelos.
O Poema de Amor foi aos céus e iluminado chegou ao Éden
Sucumbido voltou lírico,
Contou-me, que o meu amor estava tão belo que deslumbrado nada pode lhe dizer.

Sim Poema de Amor.
Como vento, corra mundo e faça um espelho.
Vá ao Éden, contar a minha amada de nossas bravuras e lhe entregue o cristal.
Eu sei que ela vai gostar.

O Poema de Amor foi, correu sobre os vales, cidades, montanhas e até entre as florestas.
Quando no reino do cristal mais puro, realizou o desejo.
Foi ao Éden, e o espelho ofuscado ficou diante de tanta beleza.

Em vento norte ofegante chegou o poema ao castelo.
Rei aflito, perguntou-lhe sobre o feito
O Poema de Amor lhe disse.
Que diante de magistral beleza até Narciso ficaria constrangido em exibir sua imagem.

É Poema de Amor, teu cristal não foi o bastante,
Rompe a terra e ache a pedra mais preciosa e faça uma solitária.
Vai ao céu e ofereça a ela dizendo-lhe o quanto espero para acariciar suas mãos

O Poema de Amor garimpou rios, terras
E um belo diamante encontrou.
Foi ao céu e estarrecido voltou barroco.
Disse-me que o brilhar de sua auréola era tão forte, que o anel insignificante ficou.

Poema de Amor a minha amada ainda está no céu.
No salto dos golfinhos, no respirar das baleias ou na calda dos tubarões,
Mergulhe fundo e encontre no canto das sereias a melodia mais harmônica
Vá ao Éden e cante minha espera

O Poema pulou em sete mares, mergulhou três oceanos,
E ao atravessar um portal abraçado a uma sereia, encantado foi ao Éden.
Voltando romântico comentou ao rei.
Desta vez cantei e com sorriso lindo, ela me acompanhou,
Fiquei tão feliz, que me esqueci de cantar seus desejos de espera.

Dar-lhe-ei Poema de Amor pelo teu esquecimento.
Nas magias universais encontre um Aladim chegue ao Éden.
Conte nossas conquistas e entregue a lâmpada a minha amada.
Eu sei o que ela vai fazer!

E o Poema de Amor foi.
Na sede do deserto e na fadiga de seu caminhar encontrou um Aladim.
Viu o sol cortar-lhe os lábios queimando-lhe o corpo
Foi quando no silêncio da noite gelada chegou ao Éden.
Poema congelado, Gênio aflito.
É ela! O Aladim sumiu.

Como areia tempestuosa chegou ao castelo o Poema de Amor.
O Rei perguntou-lhe o que ela havia acontecido.
E ele queimado, com frio contou.
Como podia uma mulher angelical ainda ter pedidos?

Poema de Amor meu castelo está solitário
Ponha um manto faça uma oração e vá ao Éden e como um anjo ore com ela
O Poema de Amor voltou frenético.
Coração bateu mais forte,
Porém contou-me que não conseguiu rezar,
Mas foi observado com muita felicidade.

Poema de Amor, que estás esperando, é tua oportunidade.
Junte-se ao brilho das estrelas, fortaleça-se no reino dos cristais, com a beleza do diamante seja forte como o grito das sereias e cante com a lira todo meu romantismo, aqueça o Aladim em oração, vá ao Jardim do Éden e no desabrochar das flores apanhe a MAIS NOVA BELA ROSA VERMELHA
E entregue a minha amada.

Hoje, vinte quatro de outubro
O Rei está sentado ao trono vendo seu castelo respirando as lembranças do Poema de Amor que nunca mais voltou.

Condecorado Fiel Escudeiro.
Foi em Flor que ele se transformou.

MOISÉS BENDAYAN